Foto: Cícero - João Paulo
A imagem que eu tenho da galera do Pau e Lata é representada por Rafael, Wanderley, Washington, Marquinhos, Aldecir, Guga, Patrícia, Emmanuely, você, e mais alguns que agora não lembro. Na sua opinião porque essa galera se sobressaiu? "Primeiro foi a oportunidade. A galera tinha potencial e só faltava um líder como o Danúbio. Foi algo de apostar mesmo e deu certo."
O que o Pau e Lata mudou na sua cabeça? "Muita coisa, como conviver em sociedade, em família... Eu era um garoto iperativo, então o Projeto me ajudou a observar, mas claro que levei muita porrada (sentido figurado). Hoje moro praticamente só, e sei me virar graças ao que o Pau e lata me ensinou."
Hoje é mais fácil desenvolver as atividades no projeto porque aqueles estereótipos que foram atribuídos à vocês, já caíram por terra. No seu tempo era muito mais pesado o costume de chamar vocês de macumbeiros e doidos? "Era pesadão, mas a gente tinha uma verba, logo depois a verba acabou e mesmo quase sem apoio a gente continuou, então nós éramos loucos mesmo. Claro que tivemos alguns apoios importantes como o de: Dona Nerves, Juvenal Paraibano, Gorete, Canindezinho... Isso nos ajudou a continuar sem Danúbio."
Vários projetos de Lajes, com ou sem dinheiro, apareceram e depois naufragaram. Por que você acha que o Pau e Lata sempre tem alguém para tocar o projeto pra frente? "A gente costumava ensaiar em baixo de umas algarobas por traz da Estação. Então os meninos de 5 e 6 anos que passavam diziam pra eles mesmo: ainda vou tocar nessa banda. Então algum tempo depois eles estavam conosco. O Pau e Lata sempre teve uma galera que era uma m_ _ _ _ tocando, mas que sempre ajudou o Projeto de uma forma ou de outra.
Você aprendeu tocar violão com quem? Eu tava no Rio Grande do Sul no Fórum Social Mundial, na casa de um cara chamado Émerson. Marquinhos do Pau e Lata tava tocando a música Sábado de Sol, do Mamonas Assassinas. Eu sempre tive a facilidade de aprender as coisas observando, então eu peguei o violão e coloquei algumas notas, logo depois o Maquinhos me ensinou algumas notas então desenrolei. Depois tive a oportunidade de ter aulas com o professor Regivaldo, e muita coisa aprendi sozinho."
Você tem uma banda não é? "Cara, eu tenho duas bandas, uma que é cover do Nirvana (School of Breed), mas a minha banda mesmo que eu toco guitarra é a Choque de Retorno. A gente tem trabalho autoral com canções de letras punk, depreciativa e degradativa. Inclusive temos uma música ( flores do asfalto) que fala de como algumas coisa que a gente queria, aconteceram e a gente nem se deu de conta. Tipo assim: flores nunca vão nascer no asfalto, mas sei lá, eu acho que nascem.
Mesmo sendo roqueiro, você conserva uma musicalidade brasileira e regional. Isso foi devido ao pau e Lata? O Pau e Lata é a base de tudo. Através dele eu foi que eu gostei de cultura regional. Tem música que eu tocava com o Pau e lata (grupo Nação Zumbi) e que hoje é trilha sonora de uma novela global. Tem um cara que eu admiro pra c _ _ _ _ _ _, que é o Ariano Suassuna e, ele eu conheci através do Pau e Lata.
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