Imagem retirada do Blog Foco Sertanejo
Lembro-me que quando ainda era criança e compreendia pouca coisa dos fatos sociais, minha mãe me levava para os comícios que tinha um locutor tabacudo (perdoe a expressão) capaz de estourar uma boca de difusora com apenas uma pergunta: "é ele ou não ééééé?"
Enquanto ia fazendo a locução animando o povo lembrando o nome e número dos candidatos, o locutor canelinha cantava algumas marchinhas que haviam se tornado bordões como esse: "ei, você aí! Me dá um dinheiro aí!" Nesse tempo vivíamos a bipolaridade partidária que se alternava no poder: Bacurau (MDB/PMDB) e Arara (ARENA/PDS/PFL/DEMOCRATAS) tempo em que o eleitor brigava e votava pela cor do partido.
Dando um show a parte, o velho Canela já era ameaçado de levar surras. Outra frase de Canelinha bem característica é: "quando tô, tô; quando não tô, não tô". Ele a utilizava porque no jogo político - natural para a função que ele desempenhava - em algumas eleições ele estava no palanque da situação, e em outras na oposição. O fato é que seu timbre de voz e a forma com que ele fazia acontecer os comícios, o tornaram um PATRIMÔNIO CULTURAL DE LAJES, título que ninguém outorgou mas que sabemos ser merecedor.
Radialista, colunista de jornal impresso, blogueiro, mestre de cerimônia, repórter, cronista e locutor. São profissões que marcam um pioneiro na comunicação de Lajes, F. Cruz (Canelinha). Parabéns!
Grande Canelinha, iniciou narrando jogos na quadra de esportes, na Praça Januário Cabral, uma simples brincadeira, foi desenvolvendo e tornou-se, com fala o Cícero, Patrimônio Cultural de Lages. Parabens Canelinha, Parabens Cícero.
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