Basta a imagem.... o conteúdo pra quem vive la não causa impacto, pois a vivência acostuma com o cenário constante e não percebemos muita diferença entre um e outro dia... Mas, para quem viveu e se encontra afastado a imagem vive longe em nossa imaginação. Por exemplo eu morava no corte, o primeiro corte da ferrovia saindo para Natal e estava sempre de frente para o poente e essa hora beirando o lusco-fusco era a hora do recolhimento dos sonhos dos pensamentos otimistas pois a realidade vivida não permitia antever um futuro promissor porque as receitas eram constantes e as despesas sempre crescentes... o que esperar do amanhã. Assim não víamos o lado poético da natureza pois vivíamos a dureza cruel de uma realidade sem saída. Como última esperança restava a crença de iniciar tudo num outro lugar onde talvez sempre talvez, a sorte nos indicasse um caminho justo para poder desenvolver todas as nossas potencialidades e dessa forma mudar o destino cruel que estávamos destinados sem opção, mas por conjunções que não podíamos alterar nem concordar... Por isso, com muita coragem deu-se a partida e descobrimos um outro mundo... mas, continuo pensando em quem não saiu!!!
Texto: Jornalista Múcio Procópio Araújo
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