Durante esses anos com pouca chuva a questão hídrica voltou a ser comentada por todos. Uma das soluções para enfrentar as secas tem sido por décadas a construção de reservatórios. Mas o que fazer quando já há um reservatório em uma localidade? O ideal é fazer o planejamento do uso de sua água e principalmente o monitoramento das condições do estado físico do mesmo.
Uma questão que se arrasta há alguns anos trata-se do levantamento do sangrador e uma grande escavação no açude Caraúbas, que guarda uma grande quantidade de aterro sedimentado em seu leito. O sangrador já existiu e não muito alto, porém no grande inverno de 2008 a parede do reservatório tinha muitos buracos devido a retirada de pedras que os banhistas utilizavam como puladores para saltos na água, e também era mais baixa. O nível da água alarmou os moradores na zona urbana com medo de que a água passasse por cima e a parede ruísse, pois o mesmo está localizado no Rio Salgado que deságua na cidade. Com isso rebaixaram o sangrador ao nível do chão, aumentaram a parede e a reforçaram com novas pedras.
Nos últimos anos os moradores do entorno retomaram a luta por uma escavação no leito do açude e a reconstrução do sangrador. O grande entrave está na falta de interesse dos responsáveis: o açude é propriedade do Estado o que tem feito algumas autoridades locais se eximirem da responsabilidade de atuar no mesmo. Outra desculpa utilizada é de que o IDEMA precisa saber para onde vai o barro retirado do mesmo. Conversando com um técnico da área ele me informou que essa questão se resolve facilmente: "basta escolher áreas onde haja muita erosão, e fazer um plano de recuperação de áreas degradadas". Convenhamos que numa cidade em estado de desertificação avançado, encontrar tais áreas não seria nada difícil.
Outro problema consiste num entrave entre os próprios usuários do açude: na medida em que o açude vai secando vão plantando capim para alimentar o gado na seca, e há quem não aceite a escavação pois teria que remover o capim. Com isso, do jeito que está, o Caraúbas faz tempo que não sustenta água de um ano para outro. Bom, agora o açude está com água e a luta teve uma pausa, mas somente até o fim do ano quando secar novamente.
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