Era 07 de abril de 2024, o dia nem tinha nascido em Lajes RN, e 5 aventureiros já tinham despertado, até os galos foram pegos de surpresa. Aconteceu que Nicinho da Academia havia chamado Cícero para percorrer um trecho do rio por onde passou a enchente do dia 31 de março, que culminou com a queda da ponte da BR 304 sobre do Rio Ponta de Serra (detalhe, a caminhada começaria desde nossas casas). De pronto aceitei e chamei Lucas Matheus (o Sargento), Lucas Lobo e o corredor Ildo. Bora, né?
Marcamos de nos encontramos próximo à Churrascaria Chimarrão, no Posto Odom, às 05:30h. Havia um desafio monumental no caminho, transpor a Serra do Feiticeiro, da Fazenda Boa Vista para a Fazenda Itapuã. Não seria um percurso desafiador para quem está sempre em atividade física. Mas a Serra estava úmida, com água descendo de vários riachos dela. Ainda da rua, observávamos nela, clareiras que pareciam estradas, resultado de deslizamentos monumentais no dia da chuva. Chegando em um desses pontos, vimos que a dimensão nem se compara ao que vimos da rua, cratera gigantesca com mais de 1 km. Depois de admirarmos o sinistro demos seguimento à travessia da serra, encontramos facheiros caídos, mata fechada (em alguns pontos andávamos de cócoras) Chegando no topo, outro obstáculo, encontrar a trilha certa que nos levasse à Itapuã. Com experiência de quem já havia feio a trilha em 2015, conseguimos encontrar a entrada certa (mais mata fechada, mais facheiros caídos), até uma jararaca nos recepcionou.
Ao descermos chegamos na casinha dos Belos (uma casa de taipa no pé da serra próximo ao olho d'água), antes das 09h. Depois de um lanche, iniciamos o percurso no rio vindo de Santa Rosa, que nos levou ao açude de Itapuã, um dos que estouraram, além dele: o do Bonfim e do Amarante também (não tenho certeza do açude da Fazenda Muquém), resultado de uma tromba d'água nas cabeceiras dos rios com quase 300 mm. Vimos uma quantidade de tilápias em todo o leito do rio, onde urubus e ouras aves nativas se fartavam. Era próximo das 12h quando chegamos nas casas onde moram membros da família do saudoso Manoel Cirino, onde abastecemos as garrafas e demos prosseguimento à aventura. Era comum atolarmos nos bancos de areia. olhando tanto as margens como o leito do rio, tivemos dimensão do tamanho da enchente: incontáveis algarobas tombadas, barreiras enormes, a estrada que dava acesso ao Amarante, Itapuã para Vereda do Meio intrafegável até por moto. Quando encontramos a estrada de Vereda do Meio, saímos do rio e fomo até à BR, onde lá, o irmão de Nicinho foi nos pagar de carro e nos levou ao local da ponte, faltava cerca de 2 km. No local da ponte, nos vimos abismados mais uma vez, a força da água não apenas derrubou a ponto, mas a tirou do seu lugar e a tombou ao lado, como se fosse algo de papel. Depois chegou alguns lajenses para olhar o sinistro, além deles, um caminhoneiro com destino a Recife, que passou direto da entrada de Ipanguassú e ia ter que voltar todo esse percurso para ter acesso à BR 406 e depois BR101. Minha atividade no estrava marcou 24 km, mas desliguei antes do fim do percurso, deve ter dado 26 km
Obs: será construída uma nova ponte de concreto no local, mas a previsão de conclusão será de 8 a 12 meses. Ao lado está sendo construído um desvio, mas as chuvas constantes na região tem feito o rio descer com água diariamente (desde o dia 31), o que tem dificultado a conclusão da obra.
Passando no Rio 2 Irmão, com cheia da sangria do Açude Juazeiro
Haviam riachos ainda descendo água da Serra do Feiiceiro
Acima, erosões na Serra do Feiticeiro, vistas da rua. Abaixo: estamos em uma delas
Acima: ao fundo, o que restou da parede do Açude de Itapuã.
Abaixo, peguei uma tilápia com a mão
Leito do rio, entre Itapuã e Vereda do Meio, descendo para Ponta de Serra.
Acima, casa onde mora membros da família Cirino.
Abaixo: leito do rio com a Serra do Feiticeiro ao fundo.
Local onde ficava a Ponte Sobre o Rio Ponta de Serra
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