quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CULTURA - ENTREVISTA COM O ARTISTA BUIHÚ

 Danúbio Gomes, Cícero Lajes e Ricardo Buihú

Klécio Mukammo, esposa de Buihú, Amendoim Poeta e Ricardo Buihú

Os meninos da 2ª geração do Pau e Lata de Lajes gostam muito de você. Por que será? "Eu tenho um carinho muito grande pelo povo de Lajes, onde eu dei algumas oficinas de brinquedoteca e brinquedos cantados para a Pastoral da Criança. Aqueles meninos do pau e Lata eu conheci alguns através de Danúbio que é parceiro meu faz algum tempo."

Você continua trabalhando com aquelas oficinas? "Eu sempre trabalhei com isso, inclusive agora estou em um projeto de uma brinquedoteca em que os visitantes têm a oportunidade de interagir com brinquedos saudáveis, que estimulam o cérebro, que reforça o raciocínio... não são estes de última geração que vemos na televisão."

Na época do carnaval muita gente lota a rodoviária de Natal com destino ao interior. Quem vê aquela movimentação tão intensa pensa que não há carnaval em Natal. Dê sua opinião sobre isso! "olhe, ontem nós colocamos mais de 10.000 (dez mil) pessoas em um cortejo no Carecas, Poetas, Bruxas e Lobisomen , animados por artistas locais, até com a participação do Pau e Lata e você viu a multidão: famílias com crianças enfeitadas, tudo na paz; no Alecrim tem a tradição da família Galvão; a beleza das escolas de samba na Ribeira; na Redinha são inúmeros blocos de familiares e pessoas que se conhecem, o bloco dos Cão, os Papangu, Afoxé Estrela da Manhã... é uma festa maravilhosa! Eu fico triste pelo pessoal que vai atrás em busca do carnaval moderno porque vão atrás da mesmice."

O que você acha dessas músicas de swingueira que estão fazendo sucesso? "Eu particularmente não gosto, e posso até citar algumas: enfinca, escolhe, engole... são músicas pobres de letra e melodia, não levam os jovens a pensar. As machinas carnavalescas soadas através dos metais é cada vez mais raro por aqui. Os maracatus, os caboclinhos... só vemos em Pernambuco; o Axé da Bahia foi transformado em mais um comércio, é triste.

O artista Buihú sempre participou do Carnaval? "Não, eu participei alguns anos. Em outros, eu estava em retiro religioso mas agora voltei para a cultura feita por nós, o povo. Precisamos manter a tradição do carnaval viva para o bem da cultura."

Conte um pouco de sua experiência na Fundação José Augusto! "Foi até bom você perguntar isso porque foi um pouco machucado. Eu pedi que você não publicasse isso, mas agora eu peço que publique para que se divulgue nos blogs, emails, facebooks... Foi a primeira vez que o RN teve artistas comandando a Fundação e muitos companheiros da cultura não entendiam, não concorriam aos editais, ficavam até magoados por acharem que a gente devia indicar eles para receberem incentivos. A última gestão deixou um trabalho interessante: Lan house popular que funcionava na própria Fundação, Revista Preá sobre a cultura em alguns municípios do estado e os agentes de leitura, entre outros projetos."

Obs: entrevista realizada no Carnaval 2012





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