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Cícero Lajes - Impressionante como a política molda os limites geográficos da Europa. Alguns países são constituídos por povos habitando em regiões com cultura e língua distintas do país sede. Nas décadas de 80 e 90, com os abalos e o fim da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), 2002 havia sido o último momento dessa alteração de fronteiras com o fim da Iugoslávia. Surgida em 1929, sua desintegração política fez surgir os seguintes países: Bósnia e Herzegovina, Croácia, Montenegro, República da Macedônia, Sérvia, Eslovênia e Kosovo. São territórios menores que a maioria dos estados brasileiros mas que não comportam tanta diferença étnica e política/ideológica.
Quando vi surgir os enfrentamentos na Ucrânia quando ainda estava sob o poder do presidente destituído por um golpe de Estado, achava que dali iria surgir uma intervenção militar que pudesse ir além do regionalismo, mas o levante da Crimeia e mais algumas regiões pro Rússia fez voltar algo que havia parado na Europa: o surgimento de novos Estados embora não sendo um país têm autonomia política e econômica. A Crimeia que é formada em quase sua totalidade por russos foi dada de presente à Ucrânia pela própria Rússia, mas desde então era autônoma e por isso decidi-se aliar-se ao país de origem de seu povo contrariando a União Europeia e os Estados Unidos.
Com isso quem saiu ganhando foi o país governado por Putin, pois se perdeu a parceria com a Ucrânia, tem seu povo governando uma região estratégica no Mar Negro e negociará diretamente com ela suas atividades na região. Acho difícil algum país tentar impedir pela força militar tal acontecimento.
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