quinta-feira, 26 de maio de 2016

HISTÓRIA DA MÚSICA O RABO DO JUMENTO -ELINO JULIÃO

Cícero Lajes - No 8º Sarau da Escola EEFOC, Lajes RN, uma turma fez uma homenagem ao clássico da música nordestina e brasileira: "o Rabo do Jumento", de Elino Julião. Acordei com o som da música se repetindo na cabeça e resolvi pesquisar a história por traz da canção e encontrei o Blog do Iderval! Vejam que interessante!

História e Estórias da Música- Como o Elino compôs o seu maior sucesso O RABO DO JUMENTO- ELINO JULIÃO

Elino Julião é um Potiguar de Timbaúba dos Batista RN, se criou na cidade de Caicó no mesmo Estado. Possuía um Jumento chamado MOLEQUE, juntos ganhavam o pão de cada dia. O Julião além de carregar água e trabalhar na roça, era um divertido cantor e compositor nos forrós da vida.

Elino Julião trabalha na lavoura no Sítio Côco, lá pelos anos de 66 apareceu um sulista alto, magro, de cavanhaque amarelado, era um gazo conversador , se identificou como Nascimento e precisava de emprego, Elino Julião conversou com o patrão e conseguiu um emprego para o Nascimento como meeiro do sitio Côco. Todos os trabalhadores que trabalhavam de meia tinham direito a um pedaço de terra para plantar milho , feijão e outros produtos de subsistência. Todas as noites e nos fins de semanas Julião fazia a alegria da redondeza cantando forró.

Era mês de junho, milho pendoando, feijão maduro, melancia no ponto e o povo se animando para o São João, as roças eram cercadas com varas ou arames farpados, o jumento Moleque do amigo Julião comia solto e num belo dia de domingo, dia da feira de Caicó, o jumento Moleque apareceu no pátio de rabo cortado, o Moleque estava cotó, alguém, um mal elemento, um assassino havia cortado o rabo do jumento, foi aquele bafafá.

Quem cortou, quem fez uma desgraça daquela, quem era o espírito de porco. 

Todos se transformaram em detetive, prometeram surrar o sujeito logo que encontrasse o mal feitor, não foi muito difícil encontrar o malalforge, a única roça que amanheceu destruída foi a do Nascimento, Nascimento era o único sujeito com mais de 1,9O de altura e já havia dito ao Julião que não aceitava que ninguém mexesse na sua roça e mais, todos os outros moradores tinham uma feição de irmandade com o amigo Moleque, o jumento já era da família, somente o Nascimento não tinha este comportamento , tem mais, o Nascimento gostava de uma cachaçada , neste dia chegou mais tarde e ninguém encontrou o seu facão, depois de 05 dias de desconfiança o homem sumiu do Sítio, o homem evadiu do tranco, não restou dúvidas, foi o Nascimento que arrancou o rabo do jumento. 

Nascimento sumiu

O JUMENTO DO JULIÃO ENTROU NA ROÇA DO NASCIMENTO E FEZ AQUELE ESTRAGO, COMEU O MILHO, O FEIJÃO E ATÉ O COENTRO, O NASCIMENTO CHEIO DE CACHAÇA NÃO GOSTOU, PEGOU O FACÃO E ARRANCOU O RABO DO MOLEQUE, FOI O ASSUNTO DO DIA E DA SEMANA, O NASCIMENTIO SUMIU NO MUNDO E NUNCA MAIS APARECEU E NÃO SE SABE DO SEU PARADEIRO ATÉ OS DIAS DE HOJE.

O Elino Julião não contou conversa, sacou da sanfona e sapecou a musica “O RABO DO JUMENTO” que foi o seu maior sucesso, foi convidado a cantar no Recife, caiu nas graças do Coronel Ludugero, um dos maiores humoristas do nordeste, nas graças de Luiz Gonzaga e de mais de 100 forrozeiros tirando o Elino da sarjeta financeira, transformando-o num dos mais importantes compositores do Nordeste e do Brasil.

Numa de suas entrevistas ele agradece ao Nascimento , inclusive fala:” onde você estiver, onde você se encontrar escute esta música”, agradece também ao seu jumento a importante página musical, apesar do mal causado ao seu amigo Moloque, o Nascimento lhe presenteou com uma bela inspiração, compor , cantar e denunciar o fato para a humanidade.

Não tem mal que não venha para o bem, o favor que o Elino fez ao Nascimento arranjando um emprego, foi pago por outro favor ao contrário, causando um mal ao seu belo animal e o bem para a sua carreira profissional, foi depois deste fato que o Elino Julião se tornou numa das lendas do Nordeste. 

O Rabo do Jumento foi sucesso nacional, foi quem deu pão e casa ,foi quem abriu as portas do Brasil para um simples compositor Potiguar.

“ Nascimento, eu não quero pagamento, eu quero é outro rabo no jumento”

FOI TAMBÉM COM O RABO DO JUMENTO MOLEQUE QUE O CORONÉ LUDUGERO VIAJOU POR ESTE BRASIL AFORA.
ELINO JULIÃO UM NORDESTINO DO BEM.

Iderval Reginaldo Tenório
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O Rabo do Jumento


Você disse que é brabo nascimento
Você cortou o rabo do jumento
Eu não quero pagamento, nascimento
Eu quero é outro rabo no jumento

Ele entrou no seu roçado junto com o gado
Comeu um pezinho de coentro
Nascimento eu não quero pagamento
Eu quero é outro rabo no jumento

Mas você diz que é brabo, nascimento
Você cortou o rabo do jumento
Eu não quero pagamento nascimento
Eu quero que outro rabo no jumento

Veja pessoal, que mau elemento
Não sei se o animal é ele ou o jumento
Nascimento eu não quero pagamento
Eu quero é outro rabo no jumento
Fonte: Blog do Iderval

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