domingo, 1 de março de 2015

RAUL CAPITÃO (PARTE IV), "ATRAÇÃO PELO INUSITADO"

 Cícero Lajes (historiador) - Amante que sou da historiografia local, há algum tempo pesquiso sobre pessoas, lendas, histórias, etc, para escrever causos locais. Ano passado, o estudante Ermenegildo Neto, achou uma edição da Revista Bzzz que muito me interessou, ela dedicou 8 páginas ao Lendário Raul Capitão. Eu dividi a matéria em 5 postagens, segue a quarta.

 Escrito por Alice Lima - Fonte: Revista Bzzz, Março de 2014, ano 2, nº 9.

Não sai da memória de Romero o gosto do avô pelo que surpreendia os sentidos. "Uma vez saímos atrás de uma feira em São Paulo do Potengi porque contaram ao meu avô que lá tinha um galo que pesava 5 kg", lembrou o neto. E era nessas horas que dinheiro para ele valia a pena. Pagava qualquer preço.

Outra história interessante que envolve seus gostos surpreendentes e envolve a personalidade
imediatista e firme aconteceu na compra de um quadro. Um dia, Raul chegou a um bar e viu o quadro de uma pantera na parede. Lembrou-se de seu bicho de estimação preferido - a onça sem nome - e quis levá-lo para casa, mas foi desafiado pelo dono do bar. O comerciante disse que o dinheiro do capitão não compraria a peça. 

Foi aí que o agricultor ficou "brabo", como se diz no Nordeste, mandou abrir o banco e disse que tiraria o dinheiro "todinho, ficava liso", mas queria o quadro, o resultado é que não se sabe quanto pagou, com certeza muito, mas botou a tela de gosto duvidoso debaixo do braço, o chapéu na cabeça e, como um troféu, o levou para casa. Hoje, é uma relíquia da família que, de fato, carrega um valor que transcende o material.

"Desafiar o meu avô chegava a ser engraçado, era a certeza de que ele faria algo para superar. Um dia cheguei mostrando que comprei um veado que andava com um macaquinho nas costas. Horas depois ele comprou um carneiro que carregava a carroça", lembrou Romero. Raul tinha o hábito de chamar os próximos de "compadre", mesmo que fossem os netos, filhos ou irmãos.

Também eram do rico minerador os melhores cavalos da região. Mané Aroeira e Timbimba ficaram famosos nas vaquejadas, num tempo em que os prêmios não passavam de troféus e do reconhecimento pela bravura do vaqueiro.

Raul soube da existência de oito bois treinados que montavam a carroça sozinhos, Onde eles foram parar, é fácil imaginar. Na fazenda Bonfim.

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