Fiquei muito feliz com a repercussão que teve o curta metragem Aboio: A Poesia do Vaqueiro. Primeiro por ter sido idealizado por um filho da terra, segundo por ter como personagens conterrâneos típicos da cultura nordestina (os vaqueiros), terceiro por ter levado pessoas à praça para uma noite de cultura que a TV aberta não proporciona. A produção do curta teve o enredo pautado na memória dos vaqueiros tradicionais de nossa cidade, seus depoimentos a respeito de si mesmos e da lida com o gado, o orgulho da profissão, e é claro a evidência no aboio, arte usada pelos vaqueiros para chamar e tanger o gado na caatinga e nos currais.
O diretor do filme, Tárcio Araújo, já havia contribuído muito com a cultura dessa cidade quando foi locutor da Rádio Itaretama FM, fundou o jornal impresso O Pico, e também produziu vários documentos áudio visuais em parceria com o cinegrafista amador Washington Fernandes, como: Carnaval de Lajes, Cavalgada da Divina Santa Cruz na Serra do Feiticeiro, Aniversário da União Caixeiral de Lajes... foi um dos primeiros a pensar na potencialidade do turismo local, sendo o primeiro a colocar a Lenda do Feiticeiro e a Romaria da Capela da Divina Santa Cruz na Internet através do Blog Serra do Feiticeiro que idealizou com Júlio Rezende, além de ter levado os Trilheiros da Caatinga para uma entrevista na TCM (TV Cabo Mossoró)...
Teve um período da vida de jornalista em que o jovem sonhador percebeu que na terrinha onde residia e tanto amava, as oportunidades estavam se estreitando para alguém que sempre se permitiu olhar além do que ver. Sendo assim mudou-se para para Mossoró onde cursou Jornalismo na UERN, curso que permitiu vôos mais altos em rádios de maior alcance e na TCM, sendo premiado por várias reportagens especiais em concursos a nível de Nordeste e Brasil.
Como um bom filho à casa torna, Tárcio sempre esteve visitando sua cidade querida mas diminuiu suas vindas depois do falecimento de sua querida mãe. Em 2014 dirigiu o curta Aboio: A Poesia do Vaqueiro, com incentivo do Instituto Marlim Azul, através do Projeto Revelando Os Brasis, do Ministério da Cultura. Depois de muita expectativa o filme foi lançado ao lado da Estação Ferroviária (prédio de 1914), e foi sucesso de público e crítica, com uma ótima edição e fotografia. Foi possível ver a emoção do público e dos vaqueiros, além do próprio diretor.
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